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O Livro Negro Do Capitalismo: A Utopia Negra da Concorrência Total e seus Efeitos Sociais



Em termos de supressão, há também o caso daquelas obras cujo clima intelectual impediu que alcançassem maior repercussão no debate internacional, de certo modo justificando a sua não publicação no Brasil, como o Livro negro do capitalismo (PERRAULT, 1998PERRAULT, G. (org.). Le Livre noir du capitalisme. Paris: Le Temps des cerises, 1998.), organizado por Gilles Perrault e publicado na França em 1998 como resposta ao mencionado Livro negro do comunismo. Mesmo no mundo anglófono, a editora da Universidade de Harvard, que em 1997 havia publicado o livro de Courtois, se negou no ano seguinte a publicar o de Perrault. Um evento explosivo como a Revolução de 1917 sem dúvida desperta paixões, e a primeira a ser sacrificada é a retórica da liberdade acadêmica.




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O presente texto visa analisar a edificação histórico-social do ser negro enquanto um outro na modernidade, cuja condição socioeconômica e simbólica foi mantida, ainda que redesenhada, no âmago das sociedades capitalistas historicamente racializadas. Falamos de uma condição de não-ser, de sujeito-mercadoria desumanizado pela gênese do mundo colonial e o parto duplo do capitalismo e da escravidão racial. Buscamos trabalhar duas hipóteses apresentadas ao longo do escrito: a primeira, voltada para o referido caráter dúplice da experiência negra; a segunda, por sua vez infere que a fabricação dos sujeitos raciais foi e é o meio por onde o não-ser negro é recriado como condição estrutural da dialética capitalista. 2ff7e9595c


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